Arquiteto (a) , cuide de sua saúde mental!


Você,  arquiteto (a)! Já passou por alguma situação constrangedora ou estressante  ao exercer suas atividades? Sim ou claro? 

É comum existir conflitos, afinal nosso trabalho depende de interações com diversos tipos de pessoas: clientes, fornecedores,  prestadores de serviço e também servidores públicos. 

Tem coisas que deveriam ser ensinadas na faculdade.  Deveríamos ter aulas sobre relações interpessoais, inteligência emocional, como lidar com situações de crise. Temas necessários para nos preparar, nem que seja minimamente,   para as situações que o mercado de trabalho nos reserva. 

A relação com clientes é de longe a mais cotidiana. Lidamos com diversos tipos de pessoas, cada uma com sua personalidade, necessidades, excentricidades, desejos (que é diferente de necessidades e nem sempre as pessoas conseguem perceber isso). 

Alguns desses clientes conseguem ouvir suas sugestões,  apontamentos e opiniões como profissional. Afinal, somos especialistas na profissão que exercemos. Estudamos e muito para trabalhar na área (e quando digo isso não é com arrogância,  mas é apenas uma constatação de que são longos anos dedicados para chegar a exercer a profissão). Quando o cliente aceita ouvir o porquê da solução apresentada, o embasamento técnico que nos levou a fazer tal proposta de projeto e junto com o profissiona e propõe alguma ou algumas intervenções visando aprimorar o projeto,  o trabalho flui significativamente. A troca entre o profissional e o cliente é a chave para um projeto ser bem sucedido. 

Entretanto, quando essa relação não se desenvolve de forma sadia é receita para o desastre.  Nem sempre o cliente está disposto a  ouvir o contraditório ou perceber que o arquiteto deu uma solução diferente do que ele esperava. Alguns profissionais também têm certa dificuldade em ouvir uma opinião contrária (o famoso ego). Nestes casos a comunicação se torna estressante, há um desgaste na relação com o cliente e o projeto perde a magia. Sim, para nós projetar é algo mágico.  Como é bom achar a solução de projeto para aquela necessidade do cliente aliado a estética,  interação com o paisagismo, etc. Ah, é bom demais!

Mas, de todas as interações que podem tirar a nossa paz, nosso prazer em trabalhar, nosso sorriso no rosto, com certeza, é a que temos com servidores públicos. Confesso que me sinto lisonjeada. Vou à vários órgãos públicos e na maioria das vezes sou extremamente bem tratada, atendida com atenção e competência.  Mas, sempre tem o mas... Algumas vezes é o inferno na Terraaaaaaaaaaaaaaa. Chego a me perguntar se tenho tantos pecados à pagar. 

Recentemente, precisei ver um processo de legalização de construção que está em andamento em uma determinada prefeitura.  Este setor passou por uma reformulação e muitas das pessoas que atendiam ali foram exoneradas e substituídas. Algumas dessas pessoas que chegaram para ocupar esses cargos, não sei se por ordem de superiores ou por personalidade delas mesmas, passaram a tratar muito mal os contribuintes que procuram o tal setor para resolver seus casos envolvendo regularização de construções. Isso inclui os arquitetos que são contratados pelos contribuintes para fazer os projetos de legalização (legalização de obra, licenciamento de obra, desmembramento e remembramento de terrenos, etc.) 

Por não desejar retaliações,  infelizmente não vou adentrar aqui nos detalhes da situação desagradável que aconteceu comigo. O que posso dizer é que me impediram de fazer uma comunicação por escrito em um processo no qual sou representante legal do proprietário e arquiteta responsável pelo projeto. E é neste ponto que quero tocar. Não permitam nunca que te impeçam de exercer as atividades concernentes a sua profissão.  Neste caso específico,  consegui reverter o meu "problema", pois viram que se continuassem com tal atitude teriam problemas jurídicos. Mas a questão é que saí de lá destruída psicologicamente. Todo o meu bom humor do dia de trabalho foi para o ralo. Estou há dias pensando na forma deselegante (e isso porque estou escolhendo bem as palavras) com que aquela servidora pública me tratou. 

Eu já tenho mais de 20 anos de formada, amadureci ao longo dos anos, não ajo mais sem pensar como agia na juventude.  Mas o prejuízo que uma pessoa pode causar ao nosso emocional em uma situação como essa é muito grande. É um peso muito grande ter que reafirmar que estou exercendo meu trabalho, que não posso ser impedida, que assim como eles (servidores públicos) precisam e merecem ser respeitados, nós no pleno exercício de nossas atividades profissionais também precisamos e merecemos ser repeitados.

Gostaria de deixar aqui meu agradecimento a cada servidor público que até hoje me atendeu de forma educada e competente. Vocês são maioria. E não será essa exceção (essa pessoa deselegante) que me fará perder o meu bom humor ao ir trabalhar.

Indico aos profissionais, seja de arquitetura ou de qualquer outra área,  a buscarem desenvolvimento no que se refere à inteligência emocional e relações interpessoais. Para poder minimizar o impacto psicológico nos momentos de conflito, saber escolher as palavras para evitar piorar ainda mais o caos e conseguir continuar a trabalhar da forma mais tranquila possível. 

Conflitos sempre existirão. Não podemos controlar as atitudes do outro, mas podemos aprender a ter autocontrole e sabedoria. 

Cuide da sua saúde mental.  O estresse está deixando muitas pessoas doentes. Se achar que não consegue resolver sozinho, procure ajuda. 




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